sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A vontade

É a de ir.
É a de desaparecer.
É a de pegar em meia dúzia de coisas e fazer caminho.
É a de ir sem destino, sem hora marcada, sem horário, sem trajecto definido.
É a de ver com os meus olhos e construir mais da minha verdade; abalar as minhas certezas; abrandar ideias feitas e experimentar outras ideias. Mais coloridas, mais musicais, mais vibrantes e refulgentes de vida.

É a de viver.
É a de fazer caminho. E só se faz caminho andando.
E eu não quero agora, aqui ficar parado.

Ir.
Para todo o lado. Por todo o lado.

FIM (perto do)

Nova baixa.
Mais uma a juntar ao rol dos que já se foram.

Pelo meio, já houve quem eu segurasse e houve quem me segurasse. Penso que me tenho aguentado. Penso que não me aguentarei muito mais. Penso e penso e penso e não consigo encontrar motivos para me manter lá.

Trabalhar e não receber é mau.
Trabalhar, não receber e ser completamente desconsiderado e desrespeitado está a fazer-me mal. E isso vê-se na forma como me sinto, me trato e trato os que me estão mais próximos e não. Não quero mais isto para mim.

O tempo de serviço dá jeito? Sim, Sem dúvida.
O ordenado, ainda que fora de tempo, também dá muito jeito.

O respeito pelos outros, a decência e o reconhecimento são fundamentais. Principalmente quando o resto falha.

Não gosto de pessoas que são tão manipuladoras que me conseguem fazer sentir mal por receber o ordenado com dois meses de atraso. Como se estivessem a ser generosas e magnânimas por me pagarem o que me devem com atraso. E ainda assim fazem questão de assinalar que me vão pagar. Como se fosse um favor que me fazem. Como se tivesse de ficar agradecido por se terem lembrado de mim, um mero trabalhador.