quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

-1

E só falta amanhã.
Melhor: só falta a manhã de amanhã. Das 8h30 às 13h30. Cinco horas.
Cinco horas de aulas e depois mais umas cinco/seis horas de viagem. Estou cansado das viagens, mas estou mais cansado de aqui estar. Principalmente porque não estás. Por isso, vai valer a pena todas as horas de viagem que forem necessárias para estar contigo.

Tenho saudades de te abraçar. Amanhã é o dia!

Murakami #2

Acabei de ler hoje o outro livro do Haruki Murakami que a lobita me emprestou. Chama-se After Dark. A mesma escrita, mas num registo bem diferente. Gosto da forma como ele escreve. E neste livro apreciei especialmente a forma como ele descreve a história, quase como se fosse um guião para cinema. Outras vezes, faz lembrar uma peça de teatro, com as indicações da forma como o leitor/espectador deve enquadrar a cena e depois vê-la.

Estou a recuperar os meus hábitos de leitura que tão mal-tratados têm andado. Acho que já li mais este ano, do que no ano passado inteiro. Longe vão os tempos em que ficava a ler pela noite dentro. Isto era particularmente verdade nas férias de Verão. Fazia a cama no chão com um cobertor e saco-cama e deixava-me ficar a ler a noite toda. Por volta das seis da manhã, apagava a luz e dormia. Era a hora a que os meus pais se levantavam para se arranjarem e saírem de casa para mais um dia de trabalho. Lia tudo o que apanhava. Bom, mau, assim-assim. Ler nunca foi uma obrigação se exceptuar a época em que estive a escrever a dissertação de mestrado). Fazer algo por obrigação é a forma mais eficiente de criarmos resistências a esse algo que somos obrigados a fazer.

Mas isso, é um outro post. Um dia destes, quem sabe?

Ideias loucas (?)

Hoje em conversa com a lobita, surgiu a ideia de ir dar uma volta.

Uma volta grande! Uma volta ao mundo. Vender a carrinha, comprar outra carrinha diferente e irmos viajar pelo mundo durante uns tempos. Não sei exactamente quantos. Um ano, uns meses. Enquanto houvesse dinheiro. E vontade.

Logo de seguida surgiu o medo.O medo de ir e deixar o que se conhece para trás. O receio do que poderão pensar de nós por deixarmos tudo e irmos rumo ao desconhecido.

Haverá a coragem de deixar tudo e ir? Estaremos dispostos a arriscar numa aventura desta envergadura? Por um lado o atractivo da aventura, da descoberta, da partida. Por outro o receio da aventura. A insegurança relativamente ao que esperar.

Eu acho que ia ser uma grande aprendizagem. Aqui e ali mais dura, mas ainda assim, uma grande aprendizagem e muitas lições de vida!
É sempre bom termos, pelo menos, a possibilidade e considerarmos essa possibilidade como uma verdadeira alternativa. Porque não?

Testes intermédios

Feitos ontem, corrigidos hoje.
Os resultados são tão maus que me envergonham.
Envergonha-me ter alunos no nono ano que não sabem escrever uma resposta curta sem dar erros. Envergonha-me constatar que uma boa parte deles, ao ler as questões do enunciado da prova não consegue descodificar correctamente o que lhes é pedido. Envergonha-me saber que em trinta alunos tive três positivas. E que nenhuma dessas positivas sequer chega aos cinquenta e cinco por cento. Envergonha-me. E não consigo deixar de pensar, que parte da responsabilidade por estes resultados é minha. É verdade que só sou professor deles este ano lectivo, mas ainda assim...

A falta de trabalho dos alunos é assustadora. A maior parte destes miúdos vai para as aulas fazer NADA. Rigorosamente nada. Nem serviços mínimos se esforçam por cumprir.

No início de Janeiro, estive a analisar com eles as informações do GAVE, projectei o documento, fui à página do GAVE, mostrei-lhes os sítios onde poderiam ir ver  e descarregar os enunciados dos testes intermédios dos anos anteriores. Para quê? Que tenha visto, apenas um aluno me mostrou os testes impressos.

Os resultados estão aí para quem os quiser ver. A média foi de 27,6%. A classificação mais alta 53% e a mais baixa 0%. Sim, zero. E respondeu a todas as questões!

Há coisas fantásticas não há? :/

Da consideração

Considerar os outros, não devia ser algo reservado apenas para aqueles a quem a consideração é tida como uma recompensa por serem bem comportados, alinhados com o poder instiutuido, mas que de resto, falam mal pelas costas e criticam tanto ou mais do que aqueles que, optando por ter uma postura mais frontal, dizem claramente o que pensam perante uma qualquer situação.

Já devia ter aprendido alguma coisa com todos estes anos de escolas e colegas e directores e presidentes e gente importante, e outra gente que se faz mais importante do que realmente é, apeas para que lhes prestem vassalagem.

Não gosto de lambe-botas nem de subserviência. Não entro em jogos de bastidores, nem tenho hábito, nem jeito para fingir gostar de alguém (ou do seu trabalho) apenas para daí tirar dividendos.

Devido aos interesses pessoais que alguém tem vou ter de ficar mais um dia neste buraco. Porque há pessoas que têm um umbigo demasiado grande e uma memória demasiado curta e se esquecem que também elqas foram, um dia professores contratados e estiveram longe de casa. Ou então nasceram em berço de ouro e de peidola virada para a lua e nunca tiveram de passar por isto.

Num tempo em que tudo parece estar contra nós, em que tanta gente nos desconsidera, ter os nossos próprios colegas a actuar desta maneira, com atitudes tão reles, só me dá força para querer que o ano termine rápido. Quero ir embora daqui. Desde sempre, mas cada dia mais um pouco.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

-2

Amanhã, quinta-feira, será dia de fazer o saco. Gosto da quinta-feira à noite. Gosto de agarrar nas tralhas e colocá-las no interior do saco, sabendo que no dia seguinte por volta das 13h40 estou a sair daqui para ir ter contigo. Ou para te ir buscar e passar tempo contigo.

Gosto tanto de pensar que me vou embora na sexta feira à hora de almoço, que até as aulas correm melhor! E mesmo que não corram, já estou com a ideia que dentro de algumas horas deixo este sítio e encontro-me com o meu amor. Ou com a minha família. Ou com amigos. Ou com todos, ainda que separados no tempo.

Eis-nos chegados a meio da semana de trabalho. Está quase terminada. Depois desta, mais duas antes da interrupção da Páscoa. Ainda há dias o ano começou e já estamos na Páscoa. O tempo voa. E pelos vistos, voa em claro excesso de velocidade, já que sem se dar conta, já passaram dois meses do ano novo.

Faltam dois dias para te abraçar. Para dormir, de novo (Iupi!!!!) contigo. Ter o privilégio de ficar junto a ti a respirar do mesmo ar. A partilhar contigo o calorzinho bom que somos capazes de dar ao outro.

Só faltam dois dias!

Perguntas

Estamos a pensar ir de férias para um dos possíveis locais onde podemos ficar a viver. E esta é uma das dúvidas que se coloca, pelo menos a mim... Vamos de férias ou vamos de vez? Vamos para fazer um curso de língua estrangeira e passear ou vamos para fazer um curso de língua estrangeira, passear e procurar trabalho? Ficamos num hostel, pensão, parque de campismo ou procuramos uma casa partilhada onde possamos viver o tempo todo que precisarmos? Alargamos a área de procura ou restringimos ainda mais? Vamos MESMO ou vamos e depois se vê? Vamos para onde e por quanto tempo? O que fazemos ao pouco que temos cá? Vendemos? Guardamos algures e vendemos depois? Vendemos tudo ou parte? O que levamos connosco? Tanta pergunta!

Muitas dúvidas e poucas certezas. Algum medo e alguma insegurança. Penso que o aproximar da data das decisões, torna tudo ainda mais confuso. É preciso cortar amarras, arriscar, ir, fazer e viver.

Tu queres e eu quero.
Então, vamos!

we are infinite


Check List

Frio - Check!
Pés e mãos em modo congelador - Check!
Vontade de ir embora -Check!
Vontade de ir embora porque ainda por cima está a nevar na terra da lobita- 3x check!
Começar a ler o outro livro do Murakami que a lobita me emprestou - Check!
Ter o dia de trabalho quase terminado - Check!
Aplicar teste a uma turma de 7.º ano - Check!
Fazer teste para a outra turma de 7.º ano- Check!
Corrigir testes da primeira turma de 7.º ano - Check!
Fazer teste de 8.º ano - Check!|


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

-3

Já só faltam três dias para o fim-de-semana.
Hoje até acabou por passar depressa e bem.
A contagem continua.

The Perks of Being a Wallflower


Gostei.
Título em português: As vantagens de ser invisível.

Sono

Estou desabituado de dormir sozinho. Ou quase. Durmo pior cá em baixo e ainda pior quando durmo cá em baixo sozinho. Não sei bem de que é. A verdade é que tenho mais espaço estando sozinho, mas não durmo bem. Ando muito mais tempo às voltas e acordo normalmente mais cedo do que tenho necessidade. E não é por me deitar mais tarde. 

Deve ser da falta da lobita. Parecendo que não, ter companhia para dormir ajuda-me a ter o sono mais tranquilo, mesmo acordando de noite na beirinha da cama porque alguém se vai chegando à procura do calor. Ou com frio, porque o edredão tombou para o outro lado. Dormir acompanhado da lobita deixa-me ter um sono mais tranquilo. Mesmo levantando-me às 7h20 da manhã, aos dias de semana. Hoje acordei bem antes dessa hora. Quando vi as horas, e só as  vi um bom bocado depois de ter acordado, eram 6h31 da manhã. Ainda nem havia luz lá fora.

Fechei os olhos e penso que consegui adormecer, embora os osnhos estúpidos não me tenham largado um minuto sequer. Resultado? Acordei cansado. E cansado estou. Esperemos que o dia passe depressa!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Contas

Recebi hoje uma carta do hospital em que estive no dia de Natal, quando fui às urgências. Na altura, quando me vim embora fui pagar as taxas moderadoras da consulta e dos meios complementares de diagnóstico, que foram: um ECG, Raio-X do tórax e análises ao sangue (bioquímica e hemograma) Paguei cerca de 35€, tenho o recibo para o provar. Hoje, na dita carta, dizem que tenho em dívida as taxas moderadoras do eletrocardiograma. Mas em vez de um, foram dois!

Para a semana lá terei de ir ao hospital mostrar o recibo da urgência e esta carta. E se não me resolverem a questão, anulando este pedido vou pedir o Livro de Reclamações. Garanto! Não é pelo valor (são três euros) é pelo facilitismo com que se tratam estes assuntos. Existem processos informáticos de ver o que foi feito na urgência. E eu só fiz um ECG, não fiz dois. Além disso, já paguei o que me foi pedido. Recuso-me a pagar mais, por incompetência de alguém, que não faz o seu trabalho como deve ser.

-4

O número de dias que faltam para me ir embora daqui. De hoje a quatro dias estarei ou longe ou acompanhado da lobita, o que faz toda a diferença. Estar com ela torna suportável este buraco, os insultos dos alunos e a falta de interesse deles. Quatro dias não é assim tanto como isso. E para além de mais estou em crer que com os testes, vai passar depressa, dentro do género.

A viagem correu bem. Apesar do tempo agarrado ao volante, o facto de não haver chuva nem nevoeiro fez com a viagem se fizesse sem sobressaltos. Extraordinário o luar desta noite. Brilhante como só ela, a lua. Noutras circunstâncias, e apesar do frio, seria uma boa noite para ir dar um giro. Tenho saudades de dormir numa tenda com este frio. Ir para o meio de nenhures, montar campo, cozinhar na fogueira e adormecer dentro do saco-cama, na tenda. Todo enroladinho e vestido, porque está demasiado frio para trocar de roupa! Há que tempos que não faço uma destas. Para quando?

Quase de partida

para mais uma semana no degredo. Não há que enganar.

Programa das festas: 5h de viagem (se tudo correr bem) tirar tralha do carro, carregar escadas acima, arrumar no frigorífico, armários, roupa no roupeiro, fazer um teste para fotocopiar amanhã, dormir. A partir de amanhã, same old stuff. Acordar cedo, ir para escola, ser mal-tratado pelos alunos, voltar a casa para almoçar, regressar à escola, fazer tempo (corrigir testes?) e casa. Mais testes. Jantar, testes e dormir.

Animado, não é?

Manhãs de ronha

Daquelas em que ficamos a dormitar. Em que não apetece sair da cama. Primeiro, porque tu estás lá. Segundo, porque há preguiça. Terceiro, porque fora da cama faz frio. Então, deixo-me ficar, com as pernas enroladas nas tuas, o braço por trás do pescoço e os lábios a tocarem-te a pele. Aqui, depois ali e ainda mais além. Porque de manhã, quente e languida como um gatinho que acorda da sesta e se fica a espreguiçar vagarosamente e se deixa novamente adormecer, é mais quente a tua voz rouca. Mais suaves os gestos com que me acaricias. Mais longos os abraços em que nos abandonamos. Manhãs de ronha em que nos damos ao luxo de ficar. Só porque faz sentido. Só porque apetece. E como é importante, mesmo que seja só de vez em quando, fazermos o que nos apetece!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Correio

Quem não gosta de receber cartas?

O tempo encarregou-se de mudar a minha perspectiva sobre receber correspondência. Tempos houve em que receber uma carta, daquelas à séria, escritas à mão, em papel que tínhamos de colocar no correio, depois de comprar e colar o selo, era um prazer! Durante a adolescência cheguei a receber cartas de vários amigos.

Chegar a casa e cumprir o ritual de ir ver o correio com a esperança de que já houvesse resposta à carta enviada era um prazer. Prazer redobrado se encontrava lá alguma carta para mim! Pegar no envelope, ler o remetente, apreciar o selo, abrir o envelope com cuidado para não o rasgar e ler a carta. Depois, ler novamente.

Há coisas que nos marcam de tal forma que quando estou em casa de fim-de-semana, a primeira coisa que faço, depois de chegar ao quarto é abrir o correio. Infelizmente, hoje em dia, a maior parte da correspondência que recebo são contas, extractos e avisos de pagamento.

O que é feito das cartas com novidades dos amigos? Da família? Do amor?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Rédon

Há uns anos houve uma colega que me surpreendeu quando me disse que o jantar desse dia em sua casa seria rédon. Num Rédon?! Que é isso? perguntei, já imaginando alguma iguaria estranha que pertencesse ao domínio das donas de casa e mães de família.
"Não sabes o que é rédon? Olha que é muito bom! Nunca provaste?"
"Não..." respondi, já meio envergonhado por não ter desfrutado do prazer de tal especialidade.
"Então, rédon, são os REstos De ONtem que tenho guardados no frigorífico. Chego a casa e aqueço no micro-ondas."

Isto tudo pra vos dizer que estou a comer restos de ontem. :) E que bons que estão!
Aliás, para mim, há comidas que sabem melhor ao segundo dia, quando requentadas. Por exemplo, jardineira, feijoada, rancho, sopa de feijão... Tudo coisas leves!

Murakami

Acabei de ler, deste autor japonês, o livro A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol.

Sem me querer armar em crítico literário, gostei!
Gostei da forma como construiu a história, os personagens e lhes deu uma aura de humanidade tão tangível, tão real.
Li-o todo hoje, quase de um fôlego, não fosse o trabalho que se meteu pelo meio.

Agora vou tratar do jantar que já está na hora!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Estado de sítio

Ordenar ideias, clarificar, perceber, entender-me no caos do que nos está a acontecer enquanto indivíduos e num sentido mais colectivo, enquanto sociedade. Podemos não ter noção ou preferir enterrar a cabeça na aria, mas pelos sinais que temos recebido nos últimos anos quer-me parecer que estamos perante o início do fim do mundo moderno tal como o conhecemos. As alterações estão a suceder-se a um ritmo tal que, ou apanhamos o comboio da mudança ou somos trucidados por ele.

Reparem na forma como os cidadãos estão a reclamar para si um papel mais interventivo na definição das políticas sociais e na actuação política. E não digo isto pelo facto de se andar a cantar muito pelo país o Grândola, vila morena do Zeca Afonso.
Associações, movimentos, manifestações, intervenções. Na rua, nos meios de comunicação social, nos postos de trabalho, nas redes sociais, nas escolas e universidades, nos cafés, bares e esplanadas. Em todo o lado se fala disto, se conversa, se procura chegar a conclusões, medidas, opiniões. A mudança está aí, é preciso permitir que ela chegue e dê frutos. É preciso cuidar que esta mudança seja, tanto quanto possível, pacífica. É preciso que os políticos vejam a situação com os olhos do povo. Do povo desempregado, dos jovens que nem desempregados podem ser, porque nunca ocuparam um posto de trabalho, dos reformados com pensões de miséria, e de outros que tendo uma pensão razoável têm vindo a ser castigados por erros que não cometeram.

É preciso entender isto: Não foi o povo que resolveu construir três autoestradas entre Lisboa e Porto. Não foi o povo que decidiu construir um aeroporto em Beja, e que não tem aviões a aterrar na pista. Não foi o povo que mandou encerrar as linhas de comboio que cruzavam o país e que localmente eram de importância vital para o desenvolvimento de áreas afastadas dos principais centros urbanos. Não foi o povo que resolveu privatizar o BPN para salvar o dinheiro que os políticos lá tinham investido. Não foi o povo que resolveu construir escolas em todo o lado, sem terem sido feitos os respectivos estudos de viabilidade futura que garantissem a existência de população em idade escolar. Não foi o povo que decidiu a construção de um TGV que foi suspenso quando este governo entrou em funções e que poderá obrigar o Estado (os contribuintes) a pagar indemnizações ao consórcio vencedor do concurso público. Não foi o povo que decidiu construir centros comerciais megalómanos em quase todas as cidades do país que acabaram com o comércio tradicional e que estão creio eu, num número muito significativo, condenados ao encerramento. É preciso mudar de lógica de funcionamento da sociedade.
  
Embora esta onda ainda não tenha atingido a esmagadora maioria dos nossos políticos (se é que tocou algum) os factos estão aí para quem os quiser ver: estamos, a cada dia que passa a viver pior. E não falo apenas dos cortes nos salários ou dos subsídios, nem dos aumentos brutais de todos os impostos possíveis e  imaginários de que temos sido testemunhas e acima de tudo, vítimas. Começa a ser incomportável ir a uma Urgência hospitalar, à farmácia aviar uma receita, ao supermercado às compras, a um posto de combustível atestar o depósito do carro. Mas a parte mais trágica disto tudo é que as alternativas não existem. Sei o que poderão estar a pensar: que para cada uma destas situações há soluções. Que podemos ter mais cuidado com a nossa saúde que não ficaremos doentes com tanta frequência (e não creio que alguém que seja razoavelmente inteligente, queira ficar doente); que podemos comprar produtos alimentares de marca branca, que podemos reduzir o consumo de carnes vermelhas (as mais dispendiosas); que existem transportes públicos que nos levam para quase todo o lado. Há um fundo de verdade em tudo isto, mas isto não é uma verdade absoluta. Ontem dediquei-me a procurar preços de transportes públicos daqui onde me encontro para o local onde vivo. E o comboio, por exemplo, fica mais caro do que o transporte privado.

Existe um mundo melhor. E ao contrário do que diz uma anedota que afirma "Existe um mundo melhor mas é caríssimo!", eu creio que existe um mundo melhor e muito mais barato, acessível e com muito menos impacto sobre o ambiente e o planeta do que este modelo de sociedade capitalista que explora o Homem e os recursos da Terra com o único objectivo do lucro. Está aí para quem o quiser ver. Para quem quiser experimentar. Desde que estejamos dispostos a abdicar de algumas coisas que alguém nos disse serem indispensáveis para sermos pessoas completas e felizes.

Menos pode mesmo ser mais! Experimentem!

Poder!


movimento

Ficar abraçado. Ao sol. Deixar o sol aquecer o corpo que está um pouco mais enregelado. Ficar a sentir-te perto de mim, a cadência da respiração, a suave pressão dos dedos nas costas, o nariz a sorver o perfume do cabelo que um qualquer shampoo (ou champô?) lhe deixou, as lentes dos óculos embaciadas  pelo calor do pescoço que toco com os lábios. O suave balanço deste abraço apertado confunde-me com o seu baloiçar de menino sentado em tábua de madeira segura por correntes. Mais devagar que tenho medo de cair. Mais depressa para chegar mais alto. E na dúvida entre o devagar e o depressa fica o momento. No momento entre o baloiçar e o ficar parado, a vontade de congelar o momento para que o abraço acabe jamais. Mesmo sabendo da necessidade de movimento e da impossibilidade da sua falta para que a vida aconteça.

Isto é giro


Tem uma voz fresquinha! :)

Olhar para trás

Não com saudades do que passou. Olhar para trás, para perceber o que se percorreu, o caminho que se fez e o que se atingiu. Em jeito de retrospectiva, não de balanço. Porque que o balanço será sempre positivo, porque estou vivo e isso, não sendo um fim em si mesmo, dá pelo menos o conforto de ter tomado algumas decisões certas e em simultâneo a possibilidade de emendar algumas decisões menos certas e de mitigar os efeitos menos positivos que essas decisões menos certas trouxeram (trazem?) consigo.

Assim, olhar para trás pode ser entendido como um exercício de crescimento.
Deste ponto de vista: andamos tantas vezes ocupados com as tarefas do dia-a-dia, que nos esquecemos de dar acordo de nós mesmos. Corremos o risco de passar dias e semanas e meses e anos, convencidos de que vivemos e na verdade, apenas sobrevivemos, entretidos que estamos com as coisas comezinhas das rotinas diárias. Em atingir objectivos concretos, do que é tangível e palpável esquecendo de procurar o sonho, a miragem, o irreal, aquilo que é mágico e que nos dá sentido enquanto seres capazes de sentir o que se pensa e pensar o que sente.


Pergunta destes dias

O que farias se não estivesses com medo?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Been there, done that.


+ bonecos








a melhor prenda de anos


tu e a tua companhia
tu e o teu sorriso
tu e as tuas muafas
tu e os teus risinhos
tu e os teus abraços
tu e as nossas gargalhadas
tu e o teu calor
tu e os teus olhos bonitos
tu e as tuas provocações
tu a picares-me o miolo.
tu e eu abraçados a adormecer.

TU!

Destino: Lisboa

O fim-de-semana foi passado em Lisboa. 
Rever e visitar locais mais ou menos conhecidos de todos mas ainda desconhecidos para mim. Sim, é verdade: fui pela primeira vez visitar a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos e o CCB em particular a coleção privada de um tal de José Berardo. Depois passeio pelo Mosteiro dos Jerónimos e jardins de Belém. Almoço-lanche nos Pastéis de Belém e depois, Baixa. 
Percorrer a Praça do Comércio, Rua Augusta, Rua do Ouro, acabar no Chiado entre empadas do Chefe (bom!) e Chocolate de arroz tufado...

Há dias assim! 
Cinzentos no céu e cheios de cor cá dentro, onde a cor faz mais falta!

37

Feitos hoje. 
Trinta e sete e os quarenta aí tão perto. :)
Sentir o tempo a passar e dar conta que há tantas coisas boas vividas e muitas mais coisas boas para viver! Trinta e sete anos de alegrias, tristezas, choros e risos, de comédias e dramas, de takes e punch lines, de felicidade pura e de algum medo. De esperança e de receios do futuro, de gente bonita e gente menos bonita que me ajudaram a ser quem sou hoje. 

Trinta e sete anos de vida. 
Para celebrar com todos os que contam. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Há sempre uma primeira vez!

Hoje foi a primeira vez que provei bucho. E não é que gostei?
Estou a escrever com uma barrigada de enchidos e de fumeiro de fazer inveja os homens daquelas tribos do Pacífico (ou será do Índico?) em que a hierarquia social é definida pelo tamanho da pança!
Hoje seria rei! (vá, ministro!)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

De cá para lá

Um fim-de-semana diferente.
Lobita, amigos, companhia boa, comida boa e a oportunidade de conversar, rir e aparvalhar. Ok, o tempo não esteve nada de mais, mas a verdade é que houve lareira, sofá e lanzeira. Muita lanzeira. 
Há lá coisa melhor?!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O fim-de-semana está a pouco mais de duas horas

e a 350 km de distância.
A cinco horas de condução. Os pais, o irmão, as irmãs, os sobrinhos.
E amanhã, finalmente! tu. E os amigos. Mais estrada para fazer. Mais abraços e carinhos.
Conversa boa e descanso.

_____________________

Dias de sol morno na pele.
Múrmurios de água e vento acariciam os sentidos.
E dentro do peito a paz de estarmos juntos.

Sinto-te a falta.

Pois então, que seja!


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Papeis #2

Ora, depois de dois telefonemas e uns tantos impropérios lá se resolveu o problema da declaração de estágio. Vão enviar-me uma cópia por correio. Uma cópia, da cópia que ficou em arquivo. No meio de viagens de idas e vindas de quinze escolas diferentes nos últimos quinze anos o original perdeu-se. Definitivamente.

Viva os serviços administrativos!
(sim, estou a ser sarcástico)

Papeis

Ando literalmente aos papeis.
A juntar papeis de que necessito para tratar de um outro conjunto de papeis importantes. Por isso, dirigi-me aos Serviços Administrativos da escola onde estou para obter cópias dos papeis que estão no processo. Ou que deveriam estar no processo.

Tudo o que diz respeito à vida profissional de um professor (certificados, diplomas, faltas, férias, licenças, formações, atestados, avaliações e demais tralha) devem ser anexos ao processo do professor.

Fui então à secretaria pedir dois documentos: cópia do registo biográfico e cópia da declaração de estágio. O registo biográfico está desactualizado, mas apareceu. A declaração de estágio desapareceu. Aliás, tudo o que diz respeito à minha vida profissional nos primeiros quatro anos simplesmente se evaporou. São documentos importantes que desapareceram. A declaração de estágio é só o documento que atesta que sou profissionalizado. Na altura, não fiquei com o original. Não tenho cópia em casa (que me lembre). E muito provavelmente quize anos depois, não sei se haverá algum exemplar desse documento na escola onde estagiei em 1998/1999.

A aguardar as cenas dos próximos capítulos...

Ir!

Tenho no meu pc (sim, aquele que morre e ressuscita inúmeras vezes!) uma pasta nos favoritos que se chama assim: Ir! Nela guardo os endereços de sites que se referem a locais que eu gostaria de visitar (quase todos!) e/ou de coisas que gostaria de fazer.

O fundamental é ir!
E eu quero muito ir!

Vamos?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vamos lá!


Os dados estão lançados!
Agora é fazer com que as coisas aconteçam e esperar algumas respostas!

Não se pode fica sempre à espera.
Não se pode ficar sempre a aguardar que algo aconteça, só porque nós o desejamos. É importante, mas não chega.


É preciso fazer mais. É preciso fazer diferente. Se fazemos sempre o mesmo como podemos estar à espera de outros resultados?

Bom dia!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

De que será?

Do ar?
Da água que consomem?
De alguma coisa que exista no solo e contamine os alimentos?
Será que existe algum alinhamento dos astros que torne este sítio especialmente fértil em gente pouco disposta a fazer algo por si mesmos? Que fenómeno raro provoca isto?

Quanto mais penso sobre isto menos consigo encontrar explicações plausíveis...

Aviões de papel

Vejam a nova curta de animação da Disney!
Mais 6:35 minutos de magia.




Bonecos do fim-de-semana









segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Casas

De todas as formas e feitios. De pedra, tijolo, taipa, betão, madeira, vidro, palha... Rés-do-chão, com sótão, com garagem, com cave, com telhado, com terraço, com varanda, com lareira, piso radiante, ar condicionado, aquecimento central. Novas, antigas, velhas, usadas, recuperadas, adormecidas, a recuperar, ruínas. Modulares, em kit, pré-fabricadas.

Mas nenhuma como estas:
 http://www.beingsomewhere.net/index.htm

Vejam!




encontros

Há encontros inesperados, casuais e fortuitos e há outos que precisam de ser provocados. Que estão à espera que estejamos dispostos a fazê-los acontecer. Na sexta-feira à tarde, fui com a Lobita a uma das escolas onde gostei mais de trabalhar, já lá vão nove anos. E a verdade, é que quando estive com os meus colegas que estão na Direcção Executiva, senti-me como se ainda hoje lá estivesse a trabalhar.

Há pessoas assim. Que de tão simples, nos fazem sentir sempre bem-vindos. Há sítios em que, por mais que passe o tempo (e não se trata de estar a dourar recordações do passado), nos sentimos acolhidos e acarinhados. Não é preciso que me façam grandes festas. Não é necessário telefonemas a toda a hora e instante. São coisas simples, como o estar a tomar um café de hora e meia. E ficar com a sensação que mesmo depois das chávenas vazias, a vontade era de ficar e não a de seguir caminho.

A Lobita gostou. Mesmo sendo a primeira vez naquele sítio com aquela(s) pessoa(s).
Gente simples. Gente boa! Gente que me faz bem! Gente que nos faz bem!

testes e mais testes e ainda mais testes

Domingo que foi de sol, mas que bem podia ter sido de chuva dada a minha ocupação todo o santo dia: corrigir testes. Quatro turmas: duas de nono ano (maus resultados) uma de oitavo (piores do que os de nono ano) e uma de sétimo (menos maus que os de nono).

Conclusões:
- os meninos e as meninas não sabem português;
- os meninos e as meninas não sabem ler e interpretar as perguntas;
- os meninos e as meninas não sabem ler e interpretar mapas, gráficos e outros documentos auxiliares;
- os meninos e as meninas não estudam, não sabem estudar e não querem aprender a fazê-lo;
- os meninos e as meninas não querem aprender, não têm curiosidade sobre o modo como o mundo funciona;
- os meninos e as meninas andam na escola porque são obrigados. Não vêem na escola qualquer utilidade, fim ou propósito que esteja remotamente relacionado com aprendizagem, saber ou conhecimento.
- sou um mau professor, porque não consigo arranjar estratégias que façam com que os meninos tenham vontade de aprender.

Vou seguir o conselho do outro e emigrar.
Pelo menos do sistema de ensino português para fora!

Já chegaram!

Três semanas depois, chegaram finalmente os guias que nos vão ajudar a preparar as férias de Verão.

E com alguma sorte, os próximos anos da nossa vida. São só livros. Mas que nos podem ajudar a encontrar sítios para visitar, descobrir e encantar. Seja a título definitivo ou apenas para turismo vamos utilizá-los para procurar informações úteis de locais a viver.

Fizemos o mesmo o Verão passado e não nos demos mal com isso. De maneira que, até indicações em contrário (e se o Gaspar deixar!) este Verão vamos andar por aqui!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Já está!

E assim, literalmente de um dia para o outro, acabou-se!
Aquele que pensei fosse ser o mais difícil acabou! Sim. Falo de Janeiro.

Agora Fevereiro passa num instante. Ainda por cima porque é o mês mais pequeno de todos e entre carnaval e aniversário, quando se der conta já lá vai. A parte melhor disto tudo é que Março só tem duas semanas que contam (leia-se: de aulas). a terceira semana é de reuniões de avaliação e a última de regresso ao meu meio. Deixo este buraco e vou respirar outros ares. Com outras vistas. E acima de tudo com outra gente.

Janeiro acabou!